22 de agosto de 2013

Dia do Folclore

Folclore é o conjunto de tradições, conhecimentos ou crenças de um povo, expressos por suas lendas, canções e costumes.
A palavra folclore é derivada das palavras em inglês: "folk" (povo) e "lore" (conhecimento). O termo foi criado por um pesquisador europeu William John Thoms (1803-1885), em 1846, ao publicar um artigo intitulado "Folk-lore".
No Brasil, o Dia do Folclore  é comemorado em  22 de agosto.  A data foi criada em 1965 por decreto federal. Em São Paulo, um decreto estadual instituiu agosto como o mês do folclore.
Os elementos folclóricos são transmitidos de geração a geração. São manifestações populares como festas, danças, superstições, crenças, contos populares, provérbios, adivinhações, artigos de artesanatos, cantigas, brincadeiras infantis, alimentos, dentre várias outras. Pode variar de região para região, de grupo social e etnia.
Conhecer o folclore de um país, é conhecer o seu povo. Mas para que um costume seja considerado folclore, segundo estudiosos, é preciso que este seja praticado por um grande número de pessoas  e que tenha origem anônima.
 
Monteiro Lobato, Câmara Cascudo, Herberto Sales, Ricardo Azevedo são alguns exemplos de autores que enriquecem a nossa literatura com o tema do folclore.

A seguir, algumas sugestões de livros:
O Boto - Coleção Histórias do Rio Moju. Abramovich, Fanny. Ed.: FTD
Meu Livro de Folclore. Azevedo, Ricardo. Ed.: Ática.
Armazém do Folclore. Azevedo, Ricardo. Ed.: Ática.
Antologia do Folclore Brasileiro - volumes 1 e 2. Cascudo, Luis da Câmara. Ed.: Global.
O Lobisomem - Contos Folclóricos. Sales, Herberto. Ed.: Ediouro.

Histórias de Tia Anastácia. Lobato, Monteiro. Ed. Globo. 
 
Um conto de aperitivo:
 
Um encontro fantástico (João Anzanello Carrascoza)
Todos os anos eles se reuniam na floresta, à beira de um rio, para ver a quantas andava a sua fama. Eram criaturas fantásticas e cada uma vinha de um canto do Brasil. O Saci-Pererê chegou primeiro. Moleque pretinho, de uma perna só, barrete vermelho na cabeça, veio manquitolando, sentou-se numa pedra e acendeu seu cachimbo. Logo apontou no céu a Serpente Emplumada e aterrissou aos seus pés. Do meio das folhagens, saltou o Lobisomem, a cara toda peluda, os dentes afiados, enormes. Não tardou, o tropel de um cavalo anunciou o Negrinho do Pastoreio montado em pêlo no seu baio.
- Só falta o Boto - disse o Saci, impaciente.
- Se tivesse alguma moça aqui, ele já teria chegado para seduzi-la - comentou a Serpente Emplumada.
- Também acho - concordou o Lobisomem. - Só que eu já a teria apavorado.
Ouviram nesse instante um rumor à margem do rio. Era o Boto saindo das águas na forma de um belo rapaz.
- Agora estamos todos - disse o Negrinho do Pastoreio.
- E então? - perguntou o Boto, saudando o grupo. - Como estão as coisas?
- Difíceis - respondeu o Saci e soltou uma baforada. - Não assustei muita gente nesta temporada.
- Eu também não - emendou a Serpente Emplumada. - Parece que as pessoas lá no Nordeste não têm mais tanto medo de mim.
- Lá no Norte se dá o mesmo - disse o Boto. - Em alguns locais, ainda atraio as mulheres, mas em outros elas nem ligam.
- Comigo acontece igual - disse o Negrinho do Pastoreio. - Vivo a achar coisas que as pessoas perdem no Sul. Mas não atendi muitos pedidos este ano.
- Seu caso é diferente - disse o Lobisomem. - Você não é assustador como eu, o Saci e a Serpente Emplumada. Você é um herói.
- Mas a dificuldade é a mesma - discordou o Negrinho do Pastoreio.
- Acho que é a concorrência - disse o Boto. - Andam aparecendo muitos heróis e vilões novos.
- Pois é - resmungou a Serpente Emplumada. - Até bruxas andam importando. Tem monstros demais por aí...
- São todos produzidos por homens de negócios - disse o Saci. - É moda. Vai passar...
- Espero - disse o Lobisomem. - Bons aqueles tempos em que eu reinava no país inteiro, não só no cerrado.
- A diferença é que somos autênticos - disse o Negrinho do Pastoreio. - Nós nascemos do povo.
- É verdade - disse o Boto. - Mas temos de refrescar a sua memória.
- Se pegarmos no pé de uns escritores, a coisa pode melhorar - disse a Serpente Emplumada.
- Eu conheço um - disse o Saci. - Vamos juntos atrás dele! - E foi o primeiro a se mandar, a mil por hora, em uma perna só.
 
(Fonte: Revista Nova Escola)
 
Para saber mais, acesse: