27 de junho de 2015

150 anos de Alice no País das Maravilhas

“- Quem é você?
- Eu... eu... nem eu mesma sei, senhora, nesse momento... eu... enfim, sei quem eu era, quando me levantei hoje de manhã, mas acho que já me transformei várias vezes desde então.” 
 
 
Em 4 de julho de 1862, num passeio de barco pelo rio Tâmisa, as irmãs Alice, Lorina e Edith Liddell  passeavam nos arredores da cidade inglesa de Oxford. Elas se divertiam com o mundo maravilhoso inventado pelo reverendo Charles Lutwidge Dodgson, amigo da família, para entretê-las. Alice, com dez anos, insistiu com o autor para que pusesse tudo no papel “para ela”. 
Após três anos, em julho de 1865, nasceria “Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carroll, pseudônimo de Dodgson, um dos maiores sucessos da literatura universal.
 
  
"Alice no País das Maravilhas não é propriamente um conto de fadas, os quais têm origem na tradição oral e, geralmente, carregam um conteúdo moral. Tampouco é uma obra surrealista, pois o absurdo lida com valores humanos. O livro de Carroll se situa no campo da lógica. Mas o problema lógico do raciocínio em Carroll muitas vezes se subordina ao problema semântico. Carroll questionava poeticamente, por meio do nonsense, os jogos de palavra e sentido, assim como os paradoxos."
(Julia T. Martins, doutoranda em Literatura e Cultura pela Puc/Rio)
 
 
 
 
Recentemente, na 17ª edição do Salão do Livro Infantil e Juvenil, que aconteceu no Centro de Convenções  SulAmérica,  Rio de Janeiro, foi homenageado os 150 anos da obra de Carroll com a  mostra  "Alice" que contou com diversas edições de livros nacionais e estrangeiros. 
 
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Para saber um pouco mais um pouco, acesse:
 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lewis_Carroll



 

 

25 de junho de 2015

Um poema de Manuel Bandeira que nos convida a refletir

Profundamente

Quando ontem adormeci 
Na noite de São João               
Havia alegria e rumor               
Vozes, cantigas e risos 
Ao pé das fogueiras acesas. 
No meio da noite despertei 
Não ouvi mais vozes nem risos 
Apenas balões          
Passavam, errantes 
Silenciosamente 
Apenas de vez em quando             
O ruído de um bonde               
Cortava o silêncio               
Como um túnel.               
Onde estavam os que há pouco               
Dançavam               
Cantavam               
E riam               
Ao pé das fogueiras acesas?

— Estavam todos dormindo               
Estavam todos deitados               
Dormindo 
Profundamente.
*
Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci

Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totônio Rodrigues
Tomásia
Rosa
Onde estão todos eles?
— Estão todos dormindo
Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente.


(Manuel Bandeira)


 

 

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Aos leitores deste blog, peço desculpas pela ausência de postagens, aos poucos, voltaremos a rotina. Viva 2015!