26 de maio de 2013

15º Salão do Livro para Crianças e Jovens - FNLIJ

O 15º Salão da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil será realizado no Centro de Convenções Sul América, Cidade Nova, Rio de Janeiro,  de 5 a 16 de junho de 2013. De segunda a sexta-feira, de 8h30min às 18h. Sábados e domingos, de 10h às 20h.
Ingressos a R$ 5,00.
O país homenageado desta edição será a Colômbia.
 
A Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil foi criada em 23 de maio de 1968, constitui-se como uma instituição de direito privado, de utilidade pública federal e estadual, de caráter técnico-educacional e cultural, sem fins lucrativos, estabelecida na cidade do Rio de Janeiro.
 
Mais informações, acesse:
 
A programação completa do evento:
 
O blog da FNLIJ:
 

20 de maio de 2013

O poeta da condição humana: Carlos Nejar

O jornalista e crítico literário Franklin de Oliveira (1916-2000), disse, certa vez, que Carlos Nejar era um dos grandes nomes da poesia brasileira de todos os tempos, e não apenas da contemporânea.
Eu conheci a poesia de Carlos Nejar,  pela primeira vez, ainda na adolescência através de um livro que meu pai deu-me de presente - "Vozes do Brasil: Auto de Romaria". Sobre essa obra escreveu Antônio Carlos Villaça: "(...) Vozes do Brasil, que se torna logo o grande poema do Brasil do nosso tempo, um poema indispensável e definitivo. A multiplicidade da unidade. (...) une o simples, o coloquial, o cotidiano aos voos mais inesperados de uma inspiração que incessantemente se renova." E foi assim que fui conquistada através desse livro, uma produção poética indispensável, um auto de muitas vozes. 
Sua linguagem é própria, densa, articulada e forte. Ela já foi comparada a uma labareda que nos consome. Sim, é desse jeito que sinto ao lê-lo.
 
Carlos Nejar, nome literário de  Luiz Carlos Verzoni Nejar, nasceu em 11 de janeiro de 1939, em Porto Alegre, RS. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na PUC do Rio Grande do Sul, em 1962. Integrou no Ministério Público gaúcho em 1963. Foi curador dos Registros Públicos, do Conselho Penitenciário, da Fundação de Economia e Estatística e assessor do procurador da Justiça. Esteve várias vezes em Lisboa em trabalhos culturais e residiu durante o ano de 1983 em Portugal.
Lançou o seu primeiro livro "Sélesis" em 1960. Ganhou vários prêmios literários, entre eles, o Machado de Assis, da Biblioteca Nacional (2000).
É membro da Academia de Letras e pai do poeta e escritor Carlos Carpinejar.
 
 
Para saber mais, acesse:
 
Recomendo:
Vozes do Brasil: Auto da Romaria. Ed. José Olympio.
Amar, a mais alta constelação. Ed. Jose Olympio.
Breve história do mundo. Ed. Ediouro.

 
SINTAXE
Eu me acrescento aos rios e os rios me descem.
E me acrescento aos peixes. Neles deito
e com os musgos preparo alguns projetos.
Nos liquens boto andaimes que florescem.
E me caso com as pedras, conchas e ecos,
onde as lesmas pernaltas se intumescem.
E me acrescento a todos os espécimes
que se aleitam na orla, entre os insetos.
 
Ovos de larvas, vespas renitentes
e os mais jovens orvalhos em resíduos
se acendem. Borboletas se acrescentam
 
à sintaxe de um sol  intermitente.
E eu vento, vento algas e libidos.
E em rios me acrescento, onde não venta.
 
(NEJAR, Carlos. Amar, a mais alta constelação: sonetos. Rio de Janeiro: Ed. José Olympio, 1991, p.46.)
 
Assim, doutos e doidos,
com cautelas e afoitos
vivemos.
E viver é uma incrível violência.
Nenhuma ciência é maior
que a de estar vivo.
(Árvore do mundo)
 

10 de maio de 2013

Rubem Fonseca

O escritor nasceu em 11 de maio de 1925, em Juiz de Fora, Minas Gerais.
Formou-se em Direito e iniciou sua atividade profissional na polícia, como comissário do 16º Distrito Policial de São Cristóvão, Rio de Janeiro. A maior parte de sua atividade como policial esteve voltada ao serviço de relações públicas. Em 1934, foi estudar Administração na New York University.  De volta ao Brasil, atuou na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, ministrando aulas sobre seu campo de trabalho. Ao deixar a Polícia, o escritor ainda teve uma passagem pela Light, antes de se dedicar totalmente à literatura.
É considerado um dos melhores autores de conto e romance policial. Com narrativas envolventes e ágeis, ele retrata as contradições do universo urbano, destacando muitas vezes alguns tipos humanos  e grupos sociais esquecidos ou marginalizados: o ladrão, o inspetor de polícia, o cobrador de ônibus, a prostituta, etc.
Rubem Fonseca também escreveu críticas cinematográficas para a revista Veja.
Em 2003, recebeu o Prêmio Camões, o mais importante do idioma português.
Além de ser um escritor premiado, teve obras adaptadas para o cinema, teatro e televisão. 
Entre as obras do autor, destacamos: A Coleira do cão (1965); Lúcia McCartney (1969); O homem de Fevereiro ou Março (1973); Feliz Ano Novo (1975); O Cobrador (1979); Romance Negro (1992); O Caso Morel (1973); A Grande Arte (1983); Bufo & Spallanzani (1985) e Agosto (1990), O Selvagem da Ópera (1994), O Buraco na Parede (1995), O Romance Morreu (2007).

Rubem Fonseca comemora 88 anos de vida. Ele é viúvo e tem três filhos.
 
***
 
O outro
 
Eu chegava todo dia no meu escritório às oito e trinta da manhã. O carro parava na porta do prédio e eu saltava, andava dez ou quinze passos, e entrava.
Como todo executivo, eu passava as manhãs dando telefone­mas, lendo memorandos, ditando cartas à minha secretária e me exasperando com problemas. Quando chegava a hora do almoço, eu havia trabalhado duramente. Mas sempre tinha a impressão de que não havia feito nada de útil.
Almoçava em uma hora, às vezes uma hora e meia, num dos restaurantes das proximidades, e voltava para o escritório. Havia dias em que eu falava mais de cinquenta vezes ao telefone. As cartas eram tantas que a minha secretária, ou um dos assistentes, assinava por mim. E, sempre, no fim do dia, eu tinha a impressão de que não havia feito tudo o que precisava ser feito. Corria contra o tempo. Quando havia um feriado, no meio da semana, eu me irritava, pois era menos tempo que eu tinha. Levava diariamente trabalho para casa, em casa podia produzir melhor, o telefone não me chamava tanto.
Um dia comecei a sentir uma forte taquicardia. [...]

Para continuar a leitura do conto, acesse: http://www.releituras.com/rfonseca_outro.asp

                           
 
"Quanto a mim, o que me mantém vivo é o risco iminente da paixão e seus coadjuvantes, amor, ódio, gozo, misericórdia." 
(Rubem Fonseca)

Pesquisa:
CEREJA, Willian Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Literatura Brasileira.São Paulo: Atual, 2000.
http://www.infoescola.com/biografias/rubem-fonseca/
http://pesquisandorubemfonseca.blogspot.com.br/p/adaptacoes.html
http://www.releituras.com/rfonseca_bio.asp
 

1 de maio de 2013

Eu e o diário de Anne Frank

A minha história com o livro "O diário de Anne Frank" começou há um tempo. Lembro-me que ouvi falar muito dele nos tempos da escola fundamental, mas não tive a oportunidade de lê-lo naquela época. Há um ano assisti ao filme "Escritores da Liberdade", recomendado pelo professor da pós-graduação. Nesse filme, uma inexperiente professora começa a lecionar numa turma de ensino médio muito "problemática" onde a maioria dos alunos era envolvida com gangues. No filme a jovem professora é desafiada a transformar aquele contexto social violento. A partir da leitura da obra "O diário de Anne Frank" muita coisa começa a mudar  na vida daqueles jovens e o desfecho é surpreendente. Confesso que chorei demais, pois o filme é emocionante. Indicadíssimo para todos os profissionais em Educação.
Sábado passado,  viajando de trem,  vejo um jovem lendo um livro com muita atenção, adivinhem qual era? Sim, ele - O diário de Anne Frank. A cena ficou gravada em minha mente e alegrou a minha tarde.
Segunda-feira, observando uma vitrine de uma livraria, muito rapidamente, o que vejo na prateleira giratória? O diário de Anne Frank.
Não se surpreenderão se eu contar que entrei na livraria e comprei o livro num piscar de olhos. Às vezes acho que é o livro que escolhe a gente, será?
Ainda não comecei a minha leitura, mas tenho certeza que será inesquecível.


Anne Frank escreveu um diário em 12 de julho de 1929. No esconderijo, o diário era o único instrumento de liberdade que ela possuía, e, nele relatou a vida cotidiana do Anexo Secreto, as transformações sofridas por cada um dos que ali residiam e angústia daqueles dias.
Ela morreu de tifo, aprisionada no campo de concentração Bergen-Belsen, três meses antes de completar 16 anos.

Sugestões de livros:
Anne Frank - Josephine Poole. Editora SM . (Livro infantil)
O diário de Anne Frank. - Otto H. Frank e Mirjam Pressler. Ed. Best Bolso
O diário de Anne Frank - Anne Frank. Ed. Record
 

Para saber mais, acesse:
http://www.infoescola.com/livros/o-diario-de-anne-frank/
http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdefilmes/641978


"Espero contar tudo a você, como nunca pude contar a ninguém, e espero que você seja uma grande fonte de conforto e ajuda."  (Anne Frank)