7 de fevereiro de 2016

Centenário do Samba

"Carnaval é ilusão. Do pierrô sofrido.  É festa de um povo.  É consagração."
(Trecho do samba-enredo "Municipal Maravilhoso, 70 anos de glória", do Império Serrado, 1979)


Não dá para falar em Carnaval sem falar em samba, que este ano completará centenário. Foi em 16 de novembro de 1916 que Donga registrou a canção que ficou conhecida como o primeiro samba brasileiro.

"Historicamente, Pelo telefone, sucesso no carnaval de 1917, de Ernesto dos Santos (Donga) e Mauro de Almeida (Peru dos Pés Frios), "O chefe da folia / pelo telefone / manda me avisar / que com alegria / não se questione / para se brincar", é considerado o primeiro samba brasileiro gravado com esta denominação. Primeiro samba, traria à luz uma questão que acompanharia a história da música popular brasileira em suas mais diversas fases: o problema da real autoria de determinadas composições."
(Um escurinho direitinho. A vida e obra de Geraldo Pereira, de Luís Fernando Vieira, Luís Pimentel e Suetônio Valença. Ed. Relume Dumará)

 

Dicas de livros sobre o tema para leitores de todas as idades:

Almanaque do Samba, de André Diniz. Ed. Zahar
A escola do cachorro sambista, de Felipe Ferreira e Mariana Massarani. Ed. Ática
Desvendando a bateria da escola de samba. Marcio Coelho e Ana Favaretto. Ed. Formato
Feitiço da Vila: a poesia de Noel Rosa em quadrinhos. Diversos autores e ilustradores. Jupati Books
Memórias póstumas de Noel Rosa - Uma longa conversa entre Noel e São Pedro num botequim lá no céu,  de Luciana Sandroni. Ed. Companhia das Letrinhas
Rainha de Bateria, de Martinho da Vila, Ed. Lazuli
Samba no pé, de Pedro Bloch. Editora do Brasil
Uma rosa vermelha e um cravo brancode Martinho da Vila. Ed. Lazuli 
Tequinho, o menino do sambade Neusa Rodrigues e Alex Oliviera. Ed.Rovelle

 
Fontes de pesquisa:
http://educarparacrescer.abril.com.br
http://livrariadatravessa
http://livrariacultura.com.br


 Nos dias de folia, a diversão, também, está na fantasia dos livros.
 
Bom Carnaval, leitores!

6 de fevereiro de 2016

Soneto de Carnaval

Vinícius de Moraes é conhecido pela grande maioria do público por seus clássicos da MPB, mas antes de ser compositor, já era consagrado como um poeta de alta qualidade literária.

A seguir, um destaque para a poesia lírica tão presente em seus primeiros livros:


Soneto de carnaval                               

Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.

Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.

E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim

De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo.

Oxford, carnaval de 1939

Antologia poética/Vinícius de Moraes. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.