Vinícius de Moraes é conhecido pela grande maioria do público por seus clássicos da MPB, mas antes de ser compositor, já era consagrado como um poeta de alta qualidade literária.
A seguir, um destaque para a poesia lírica tão presente em seus primeiros livros:
A seguir, um destaque para a poesia lírica tão presente em seus primeiros livros:
Soneto de carnaval
Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.
Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.
E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim
De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo.
Oxford, carnaval de 1939
Antologia poética/Vinícius de Moraes. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.
Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.
E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim
De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo.
Oxford, carnaval de 1939
Antologia poética/Vinícius de Moraes. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
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