19 de abril de 2013

Parabéns, Lygia Fagundes Telles!

Hoje, 19 de abril, a escritora Lygia Fagundes Telles completa 90 anos de vida.
Ela nasceu em São Paulo e passou a infância no interior do estado. Formou-se em Direito onde também cursou a Escola Superior de Educação Física, da mesma Universidade.
Entre as obras mais conhecidas estão os romances: "Ciranda de Pedra" (1954) e "As meninas" (1973).
Lygia é membro da Academia Brasileira de Letras e ocupa a Cadeira nº 16 desde 1985.
A  obra da escritora já foi publicada em diversos países: França, Alemanha, Estados Unidos, Espanha, entre outros.
Ganhou inúmeros prêmios  e  teve algumas de suas obras adaptadas para o cinema, teatro e tevê.

Confira a bibliografia completa e alguns contos da escritora em:

http://www.releituras.com/lftelles_bio.asp
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=194


"Não separe com tanta precisão os heróis dos vilões, cada qual de um lado, tudo muito bonitinho como nas experiências de química. Não há gente completamente boa nem gente completamente má, está tudo misturado e a separação é impossível. O mal está no próprio gênero humano, ninguém presta. Às vezes a gente melhora. Mas passa ... E que interessa o castigo ou o prêmio? ... Tudo muda tanto que a pessoa que pecou na véspera já não é a mesma a ser punida no dia seguinte."
(Lygia Fagundes Telles)
 
 
 

18 de abril de 2013

Manuel Bandeira

Manuel Bandeira (1886-1968) nasceu em 19 de abril em Recife. Cursou Arquitetura em São Paulo, mas foi obrigado a abandonar o curso em virtude de uma crise de tuberculose. Tratou-se em diversas capitais do país e da Suíça, entre 1916 e 1917, onde conheceu o escritor dadaísta e surrealista Paul Éluard que o coloca a par das inovações artísticas que ocorriam na Europa.
Bandeira é considerado o mestre do verso livre no Brasil e, juntamente com Oswald de Andrade e Mário de Andrade, compôs a tríade da primeira fase modernista, responsável pela divulgação e solidificação desse movimento em nosso país.
  
Para saber mais sobre o poeta Manuel Bandeira, acesse:
 
 
 Poema do Beco
 
Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?
- O que eu vejo é o beco.
 
 
Poema tirado de uma notícia de jornal
 
João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no
morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.


O último poema
 
Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

 
 O Habitante de Pasárgada, documentário sobre o poeta,
com direção do escritor Fernando Sabino.
 
 

Monteiro Lobato e o Dia Nacional do Livro Infantil

Hoje, dia 18 de abril, é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil em homenagem ao nascimento de Monteiro Lobato. Essa data foi instituída em 2012 pela Unesco do Brasil.
 
Monteiro Lobato (1882-1948), paulista de Taubaté, foi um dos escritores brasileiros de maior prestígio, em consequência de sua atuação como intelectual polêmico e autor de histórias infantis.
Sua ação, além do círculo literário, estendeu-se também no plano da  luta política e social. Lobato aspirava ao progresso material e mental do povo brasileiro.
Escritor sem pretensão de promover renovação psicológica ou estética, foi antes de tudo um admirável contador de histórias e de casos interessantes.
A obra de Monteiro Lobato situa-se entre os autores regionalistas do Pré-Modernismo, entre as obras principais estão "Urupês" (1918),"Cidades Mortas (1919) e "Negrinha" (1920).
 
 
A literatura infantil
Monteiro Lobato foi um dos primeiros autores de literatura infantil em nosso país e em toda América Latina.
O livro que lançou Lobato foi "A menina do nariz arrebitado" em 1920. A partir daí personagens como Narizinho, Pedrinho, a boneca Emília, o Visconde de Sabugosa, Tia Anastácia, Dona Benta, o porco Rabicó, A Cuca, Tio Barnabé, ficaram conhecidos por várias gerações de crianças em diversos países.
Na década de 1970, as aventuras da turma  do Sítio do Picapau Amarelo foi adaptada para a tevê, sendo reapresentada nos anos 90.

 
Para conhecer a bibliografia do autor e suas obras, acesse:

Sugestões de livros:
  • Bibliografias Brasileiras: Monteiro Lobato - Nereida S. Santa Rosa. Ed. Callis;
  • Coleção Crianças Famosas: Monteiro Lobato - Nereida S. Santa Rosa. Ed. Callis;
  • Minhas memórias de Lobato - Luciana Sandroni. Ed. Companhia das Letrinhas;
  • Monteiro Lobato um brasileiro sob medida - Marisa Lojolo.  Ed. Moderna.
 
"A Lobato deve muito o Brasil. Em primeiro lugar o exemplo magnífico e raro do intelectual que não se vende e não se aluga, não se coloca a serviço dos poderosos, ou dos sabidos. [...]
Depois, foi ele um homem de ação e um descobridor. Devem-se a ele a campanha do livro e a campanha do petróleo. Foi ele o criador da nossa literatura infantil." (Oswald de Andrade)
 
                                                
 

14 de abril de 2013

A crônica do Jaguar

Para quem não sabe, todos os sábados o cartunista Jaguar nos presenteia com suas crônicas na coluna "Jaguar é o seguinte" do Jornal O Dia.
 
Esta crônica foi publicada ontem, dia 13 de abril.
 
 E o tal do mundo se acabou?

Rio -  Estou escrevendo a crônica com antecedência, na terça-feira, por motivo de viagem. Não será lida se o mundo acabar amanhã, quarta. Depende daquele ditador maluco da Coreia do Norte parecido com o Bolinha da Luluzinha, o Kim Jong, tataraneto do King Kong, com seus mísseis atômicos mirando a Coreia do Sul e o decadente imperialismo ianque como um todo. Segundo o noticiário, os artefatos seriam disparados na quarta. Nesse caso, o tal do mundo, como no samba do Assis Valente (cantado por Carmen Miranda e até por Adriana Calcanhotto) teria se acabado. E o poeta T. S. Eliot terá acertado uma vez, no primeiro verso do poema ‘Terra Devastada’ (“Abril é o mais cruel dos meses”) e errado no último de ‘Os Homens Ocos’ (“É assim que acaba o mundo / não com uma explosão, mas com um suspiro”). Se o dedo do gordinho sinistro apertar o botão, o jeito é dar uma de filósofo de botequim: o mundo começou e vai acabar com um Big Bang.
 O que Carmen Miranda e T. S. Eliot têm comum? (...)
 
Para ler a crônica completa, acesse: http://odia.ig.com.br/portal/opiniao/jaguar-e-o-tal-do-mundo-se-acabou-1.571628
 
 
Um pouco sobre o autor:
Sérgio Magalhães G. de  Jaguaribe, o Jaguar, começou a sua carreira, na revista Manchete, em 1952.
Na década de 60 foi um dos principais cartunistas da revista Senhor. Também colaborou  na revista Civilização Brasileira, no seminário Pif-Paf, nos jornais Última Hora e Tribuna da Imprensa. Em 1969, lança o Pasquim com Tarso de Castro e Sérgio Cabral.
O jornalista completará 82 anos em dezembro de 2013.
 
   
Aproveitando a dica do Jaguar, um trecho de ''Terra Desolada'', publicado pela Editora Nova Fronteira em ''T.S. Eliot - Poesia'', tradução de Ivan Junqueira:
 
 
 
E a letra do compositor Assis Valente, sucesso na voz de Carmem Miranda:
 
"Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disto a minha gente lá em casa começou a rezar
Até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disto nesta noite lá no morro não se fez batucada

Acreditei nessa conversa mole
Pensei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
E sem demora fui tratando de aproveitar (...)"


Link: http://www.vagalume.com.br/carmen-miranda/e-o-mundo-nao-se-acabou-2.html#ixzz2QSfy4SkK
 

9 de abril de 2013

Era uma vez... contos de fadas

Os primeiros textos infantis resultaram da adaptação de textos escritos para adultos. Foram tiradas as dificuldades de linguagem, as digressões ou reflexões que poderiam ser mal compreendidas pelas crianças.
Há registros que a história da Cinderela já era contada na China, durante o século IX d.C. Muitas outras histórias também têm atravessado o tempo e são perpetuadas há milênios, mostrando a força do folclore dos povos.

Os autores mais famosos desses contos foram: Perrault, francês (1628-1703); Os irmãos Grimm - Jacob (1785-1863) e Wilhelm (1786-1859), alemães e Hans Christian Andersen, dinamarquês (1805-1875).


Perrault era um erudito e acadêmico, autor de vários livros para adultos. Tornou-se imortal por seu único volume de contos para crianças. As histórias eram recolhidas junto ao povo, respeitando o que tivesse de cruel, de moral própria e de poético.
 
Os irmãos Grimm foram estudiosos e pesquisadores. Eles viajaram por toda a Alemanha conversando com o povo para saber as lendas e as linguagens de cada local. O primeiro livro dos Grimm não foram para as crianças, eles nem se preocupavam em escrever para elas. Apenas alguns anos depois Wilhelm, preocupado com o estilo, usou o material fantástico de uma forma mais sensível, conservando a ingenuidade popular. Assim voltaram-se para o maravilhoso, com uma narrativa simples envolvida por uma atmosfera poética.
 
Andersen era um legítimo representante do ideário romântico-cristão. Seus contos eram extraídos do folclore dinamarquês ou inventados por ele (que podem ter sido inspirações de sua infância).
Os contos de Andersen encantam pela emoção, fantasia e lirismo.
 
Os contos de fadas falam de medos, de amor, de dificuldades, de carências, de autodescobertas, de perdas, de buscas... Cada conto tem o seu papel significativo, se for retirado ou atenuado, vai impedir que a criança compreenda integralmente a história.
Esse contos têm a sua importância por lidarem com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da condição humana. São tão ricos que têm sido objeto de estudo para psicanalistas, sociólogos, antropólogos, psicólogos, cada qual dando a sua interpretação e se aprofundando no seu eixo de interesse.
 
Por que os contos de fadas resistem até hoje? Porque estão envolvidos no maravilhoso, num universo que chama a fantasia, partindo de uma situação real, lidando com emoções que qualquer criança já viveu.  Os personagens são simples e colocados em diversas situações, onde têm que buscar e encontrar uma resposta de fundamental importância. O conto chama a criança a percorrer e achar junto uma resposta sua para o conflito. Esse processo é mágico, vivido através da fantasia, do imaginário e sempre com intervenções fantásticas (bruxas, fadas, duendes, animais falantes, reis, princesas, etc).
 
Para encantar crianças e adultos, algumas sugestões de leituras:
  • Branca de Neve e outros contos de Grimm - Tradução de Ana Maria Machado. Ed. Nova Fronteira;
  • Chapeuzinho Vermelho e outros contos de Grimm -  Tradução de Ana Maria Machado. Ed. Nova Fronteira;
  • Contos de Andersen recontados por Walcyr Carrasco. Ed. Moderna;
  • Contos de Fadas  (Andersen, Grimm e Perrault) - Tradução de  Maria Luiza Borges. Ed. Zahar
  • Contos de Grimm Vol. 1 e 2. Tradução Ana Maria Machado. Ed.  Salamandra;  
  • Coleção "Contos de Andersen". Ed. Melhoramentos;
  • Contos de Grimm - Tradução de Heloísa Jahn. Ed. Companhia das Letrinhas;
  • Contos de Perrault - Ruth Rocha. Ed. Salamandra;
  • Contos de Perrault - Fernanda Lopes de Almeida. Ed. Ática.
  • Os mais belos contos de Andersen. Ed. Salamandra


Fontes de Pesquisa:
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil - Gostosuras e bobices. Ed. Scipione.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil. Ed. Moderna

2 de abril de 2013

Dia Internacional do Livro Infantil

                                    
O Dia Internacional do Livro Infantil foi criado em homenagem ao escritor dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875). Por sua contribuição para a literatura infantil e juvenil, a data de seu aniversário, 2 de abril, foi escolhida para essa homenagem.
Apesar de ter escrito romances adultos, livros de poesia e relatos de viagens, foram os contos infantis que tornaram Andersen famoso. Até então, eram raros livros voltados especificamente para crianças.
Em suas histórias Andersen buscava sempre passar padrões de comportamento que deveriam ser adotados pela sociedade, mostrando inclusive os confrontos entre poderosos e desprotegidos, fortes e fracos. Ele buscava demonstrar que todos os homens deveriam ter direitos iguais.
As principais obras do escritor foram: "O patinho feio", "O soldadinho de chumbo", "A roupa nova do Imperador" e  "A pequena sereia".
Todos os anos a Internacional Board on Books for Young People, oferece o troféu “Hans Christian”, como sendo o prêmio Nobel desse gênero.
As escritoras brasileiras Lygia Bojunga e Ana Maria Machado foram contempladas com o prêmio, em 1982 e 2000, respectivamente.