9 de abril de 2013

Era uma vez... contos de fadas

Os primeiros textos infantis resultaram da adaptação de textos escritos para adultos. Foram tiradas as dificuldades de linguagem, as digressões ou reflexões que poderiam ser mal compreendidas pelas crianças.
Há registros que a história da Cinderela já era contada na China, durante o século IX d.C. Muitas outras histórias também têm atravessado o tempo e são perpetuadas há milênios, mostrando a força do folclore dos povos.

Os autores mais famosos desses contos foram: Perrault, francês (1628-1703); Os irmãos Grimm - Jacob (1785-1863) e Wilhelm (1786-1859), alemães e Hans Christian Andersen, dinamarquês (1805-1875).


Perrault era um erudito e acadêmico, autor de vários livros para adultos. Tornou-se imortal por seu único volume de contos para crianças. As histórias eram recolhidas junto ao povo, respeitando o que tivesse de cruel, de moral própria e de poético.
 
Os irmãos Grimm foram estudiosos e pesquisadores. Eles viajaram por toda a Alemanha conversando com o povo para saber as lendas e as linguagens de cada local. O primeiro livro dos Grimm não foram para as crianças, eles nem se preocupavam em escrever para elas. Apenas alguns anos depois Wilhelm, preocupado com o estilo, usou o material fantástico de uma forma mais sensível, conservando a ingenuidade popular. Assim voltaram-se para o maravilhoso, com uma narrativa simples envolvida por uma atmosfera poética.
 
Andersen era um legítimo representante do ideário romântico-cristão. Seus contos eram extraídos do folclore dinamarquês ou inventados por ele (que podem ter sido inspirações de sua infância).
Os contos de Andersen encantam pela emoção, fantasia e lirismo.
 
Os contos de fadas falam de medos, de amor, de dificuldades, de carências, de autodescobertas, de perdas, de buscas... Cada conto tem o seu papel significativo, se for retirado ou atenuado, vai impedir que a criança compreenda integralmente a história.
Esse contos têm a sua importância por lidarem com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da condição humana. São tão ricos que têm sido objeto de estudo para psicanalistas, sociólogos, antropólogos, psicólogos, cada qual dando a sua interpretação e se aprofundando no seu eixo de interesse.
 
Por que os contos de fadas resistem até hoje? Porque estão envolvidos no maravilhoso, num universo que chama a fantasia, partindo de uma situação real, lidando com emoções que qualquer criança já viveu.  Os personagens são simples e colocados em diversas situações, onde têm que buscar e encontrar uma resposta de fundamental importância. O conto chama a criança a percorrer e achar junto uma resposta sua para o conflito. Esse processo é mágico, vivido através da fantasia, do imaginário e sempre com intervenções fantásticas (bruxas, fadas, duendes, animais falantes, reis, princesas, etc).
 
Para encantar crianças e adultos, algumas sugestões de leituras:
  • Branca de Neve e outros contos de Grimm - Tradução de Ana Maria Machado. Ed. Nova Fronteira;
  • Chapeuzinho Vermelho e outros contos de Grimm -  Tradução de Ana Maria Machado. Ed. Nova Fronteira;
  • Contos de Andersen recontados por Walcyr Carrasco. Ed. Moderna;
  • Contos de Fadas  (Andersen, Grimm e Perrault) - Tradução de  Maria Luiza Borges. Ed. Zahar
  • Contos de Grimm Vol. 1 e 2. Tradução Ana Maria Machado. Ed.  Salamandra;  
  • Coleção "Contos de Andersen". Ed. Melhoramentos;
  • Contos de Grimm - Tradução de Heloísa Jahn. Ed. Companhia das Letrinhas;
  • Contos de Perrault - Ruth Rocha. Ed. Salamandra;
  • Contos de Perrault - Fernanda Lopes de Almeida. Ed. Ática.
  • Os mais belos contos de Andersen. Ed. Salamandra


Fontes de Pesquisa:
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil - Gostosuras e bobices. Ed. Scipione.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil. Ed. Moderna

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