18 de março de 2013

Parabéns, Tatiana Belinky!

Tatiana Belinky completa hoje 94 anos de idade!

Ela nasceu na Rússia, chegou ao Brasil aos dez anos, fugindo com a família da guerra civil provocada pela revolução comunista.
Seu primeiro livro - Limeriques (Ed. FTD), foi publicado em 1987. Além de escritora é tradutora, autora e adaptadora de peças teatrais infantis.
Tem em mais de 80 livros publicados. Em 1989, ganhou o prêmio Jabuti como personalidade literária.
Na sua trajetória merece destaque o fato de ter feito a primeira adaptação para a televisão do Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Monteiro Lobato, nas décadas de 1950 e 1960, para a extinta TV Tupi.

Sobre o significado da fantasia no universo infantil, diz a escritora: "A fantasia é tudo. Sempre digo aos pequenos que o livro é um objeto mágico, muito maior por dentro do que por fora. Por fora, ele tem a dimensão real, mas dentro dele cabe um castelo, uma floresta, uma cidade inteira... Um livro a gente pode levar para qualquer lugar. E com ele se leva tudo."


Para ler a entrevista da autora, acesse:

http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/entrevista-tatiana-belinky-livro-objeto-magico-580131.shtml


"Viola no saco" - fábula recontada pela autora.
http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/viola-saco-634221.shtml


 

14 de março de 2013

14 de março - Dia da Poesia

A poesia é uma pulga

A poesia é uma pulga

coça, cola, me chateia,

entrou por dentro da meia,

saiu por fora da orelha,

faz zumbido de abelha,

mexe, mexe, não se cansa,

nas palavras se balança,

fala, fala, não se cala

a poesia é uma pulga,

de pular não tem receio,

adora pular na escola...

só na hora do recreio!

(Sylvia Orthof)
 
 

1 de março de 2013

A Casa Sonolenta

Era uma vez uma casa sonolenta, onde todos viviam dormindo...
Uma cama, uma avó, um menino, um cachorro, um gato, um rato... e uma pulga que estava acordada!? E o que aconteceu? Ah...

 
A Casa Sonolenta, é um exemplo de narrativa acumulativa, em que os elementos se repetem a cada passo da história. Os personagens se amontoam uns sobre os outros, até o desenlace do jogo narrativo. 
 
                              




A Casa Sonolenta
Autor: Audrey Wood.
Editora Ática

 

LIVRO: a troca

Lygia Bojunga
 
Pra mim, livro é vida; desde que eu era muito pequena
os livros me deram casa e comida.
Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo;
em pé, fazia parede; deitado, fazia degrau de escada;
inclinado, encostava num outro e fazia telhado.
E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá
dentro pra brincar de morar em livro.
De casa em casa eu fui descobrindo o mundo (de tanto
olhar pras paredes). Primeiro, olhando desenhos; depois,
decifrando palavras.
Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça.
Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto
mais íntima a gente ficava, menos eu ia me lembrando
de consertar o telhado ou de construir novas casas.
Só por causa de uma razão: o livro agora alimentava
a minha imaginação.
Todo o dia a minha imaginação comia, comia e comia;
e de barriga assim toda cheia, me levava pra morar no
mundo inteiro: iglu, cabana, palácio, arranha-céu,
era só escolher e pronto, o livro me dava.
Foi assim que, devagarinho, me habituei com essa troca
tão gostosa que - no meu jeito de ver as coisas -
é a troca da própria vida; quanto mais eu buscava no
livro, mais ele me dava.
Mas como a gente tem mania de sempre querer mais,
eu cismei um dia de alargar a troca: comecei a fabricar
tijolo pra - em algum lugar - uma criança juntar com
outros, e levantar a casa onde ela vai morar.

LIVRO: a troca, de Lygia Bojunga. In: Livro: um encontro. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2010. p.8-9.