14 de abril de 2013

A crônica do Jaguar

Para quem não sabe, todos os sábados o cartunista Jaguar nos presenteia com suas crônicas na coluna "Jaguar é o seguinte" do Jornal O Dia.
 
Esta crônica foi publicada ontem, dia 13 de abril.
 
 E o tal do mundo se acabou?

Rio -  Estou escrevendo a crônica com antecedência, na terça-feira, por motivo de viagem. Não será lida se o mundo acabar amanhã, quarta. Depende daquele ditador maluco da Coreia do Norte parecido com o Bolinha da Luluzinha, o Kim Jong, tataraneto do King Kong, com seus mísseis atômicos mirando a Coreia do Sul e o decadente imperialismo ianque como um todo. Segundo o noticiário, os artefatos seriam disparados na quarta. Nesse caso, o tal do mundo, como no samba do Assis Valente (cantado por Carmen Miranda e até por Adriana Calcanhotto) teria se acabado. E o poeta T. S. Eliot terá acertado uma vez, no primeiro verso do poema ‘Terra Devastada’ (“Abril é o mais cruel dos meses”) e errado no último de ‘Os Homens Ocos’ (“É assim que acaba o mundo / não com uma explosão, mas com um suspiro”). Se o dedo do gordinho sinistro apertar o botão, o jeito é dar uma de filósofo de botequim: o mundo começou e vai acabar com um Big Bang.
 O que Carmen Miranda e T. S. Eliot têm comum? (...)
 
Para ler a crônica completa, acesse: http://odia.ig.com.br/portal/opiniao/jaguar-e-o-tal-do-mundo-se-acabou-1.571628
 
 
Um pouco sobre o autor:
Sérgio Magalhães G. de  Jaguaribe, o Jaguar, começou a sua carreira, na revista Manchete, em 1952.
Na década de 60 foi um dos principais cartunistas da revista Senhor. Também colaborou  na revista Civilização Brasileira, no seminário Pif-Paf, nos jornais Última Hora e Tribuna da Imprensa. Em 1969, lança o Pasquim com Tarso de Castro e Sérgio Cabral.
O jornalista completará 82 anos em dezembro de 2013.
 
   
Aproveitando a dica do Jaguar, um trecho de ''Terra Desolada'', publicado pela Editora Nova Fronteira em ''T.S. Eliot - Poesia'', tradução de Ivan Junqueira:
 
 
 
E a letra do compositor Assis Valente, sucesso na voz de Carmem Miranda:
 
"Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disto a minha gente lá em casa começou a rezar
Até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disto nesta noite lá no morro não se fez batucada

Acreditei nessa conversa mole
Pensei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
E sem demora fui tratando de aproveitar (...)"


Link: http://www.vagalume.com.br/carmen-miranda/e-o-mundo-nao-se-acabou-2.html#ixzz2QSfy4SkK
 

9 de abril de 2013

Era uma vez... contos de fadas

Os primeiros textos infantis resultaram da adaptação de textos escritos para adultos. Foram tiradas as dificuldades de linguagem, as digressões ou reflexões que poderiam ser mal compreendidas pelas crianças.
Há registros que a história da Cinderela já era contada na China, durante o século IX d.C. Muitas outras histórias também têm atravessado o tempo e são perpetuadas há milênios, mostrando a força do folclore dos povos.

Os autores mais famosos desses contos foram: Perrault, francês (1628-1703); Os irmãos Grimm - Jacob (1785-1863) e Wilhelm (1786-1859), alemães e Hans Christian Andersen, dinamarquês (1805-1875).


Perrault era um erudito e acadêmico, autor de vários livros para adultos. Tornou-se imortal por seu único volume de contos para crianças. As histórias eram recolhidas junto ao povo, respeitando o que tivesse de cruel, de moral própria e de poético.
 
Os irmãos Grimm foram estudiosos e pesquisadores. Eles viajaram por toda a Alemanha conversando com o povo para saber as lendas e as linguagens de cada local. O primeiro livro dos Grimm não foram para as crianças, eles nem se preocupavam em escrever para elas. Apenas alguns anos depois Wilhelm, preocupado com o estilo, usou o material fantástico de uma forma mais sensível, conservando a ingenuidade popular. Assim voltaram-se para o maravilhoso, com uma narrativa simples envolvida por uma atmosfera poética.
 
Andersen era um legítimo representante do ideário romântico-cristão. Seus contos eram extraídos do folclore dinamarquês ou inventados por ele (que podem ter sido inspirações de sua infância).
Os contos de Andersen encantam pela emoção, fantasia e lirismo.
 
Os contos de fadas falam de medos, de amor, de dificuldades, de carências, de autodescobertas, de perdas, de buscas... Cada conto tem o seu papel significativo, se for retirado ou atenuado, vai impedir que a criança compreenda integralmente a história.
Esse contos têm a sua importância por lidarem com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da condição humana. São tão ricos que têm sido objeto de estudo para psicanalistas, sociólogos, antropólogos, psicólogos, cada qual dando a sua interpretação e se aprofundando no seu eixo de interesse.
 
Por que os contos de fadas resistem até hoje? Porque estão envolvidos no maravilhoso, num universo que chama a fantasia, partindo de uma situação real, lidando com emoções que qualquer criança já viveu.  Os personagens são simples e colocados em diversas situações, onde têm que buscar e encontrar uma resposta de fundamental importância. O conto chama a criança a percorrer e achar junto uma resposta sua para o conflito. Esse processo é mágico, vivido através da fantasia, do imaginário e sempre com intervenções fantásticas (bruxas, fadas, duendes, animais falantes, reis, princesas, etc).
 
Para encantar crianças e adultos, algumas sugestões de leituras:
  • Branca de Neve e outros contos de Grimm - Tradução de Ana Maria Machado. Ed. Nova Fronteira;
  • Chapeuzinho Vermelho e outros contos de Grimm -  Tradução de Ana Maria Machado. Ed. Nova Fronteira;
  • Contos de Andersen recontados por Walcyr Carrasco. Ed. Moderna;
  • Contos de Fadas  (Andersen, Grimm e Perrault) - Tradução de  Maria Luiza Borges. Ed. Zahar
  • Contos de Grimm Vol. 1 e 2. Tradução Ana Maria Machado. Ed.  Salamandra;  
  • Coleção "Contos de Andersen". Ed. Melhoramentos;
  • Contos de Grimm - Tradução de Heloísa Jahn. Ed. Companhia das Letrinhas;
  • Contos de Perrault - Ruth Rocha. Ed. Salamandra;
  • Contos de Perrault - Fernanda Lopes de Almeida. Ed. Ática.
  • Os mais belos contos de Andersen. Ed. Salamandra


Fontes de Pesquisa:
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil - Gostosuras e bobices. Ed. Scipione.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil. Ed. Moderna

2 de abril de 2013

Dia Internacional do Livro Infantil

                                    
O Dia Internacional do Livro Infantil foi criado em homenagem ao escritor dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875). Por sua contribuição para a literatura infantil e juvenil, a data de seu aniversário, 2 de abril, foi escolhida para essa homenagem.
Apesar de ter escrito romances adultos, livros de poesia e relatos de viagens, foram os contos infantis que tornaram Andersen famoso. Até então, eram raros livros voltados especificamente para crianças.
Em suas histórias Andersen buscava sempre passar padrões de comportamento que deveriam ser adotados pela sociedade, mostrando inclusive os confrontos entre poderosos e desprotegidos, fortes e fracos. Ele buscava demonstrar que todos os homens deveriam ter direitos iguais.
As principais obras do escritor foram: "O patinho feio", "O soldadinho de chumbo", "A roupa nova do Imperador" e  "A pequena sereia".
Todos os anos a Internacional Board on Books for Young People, oferece o troféu “Hans Christian”, como sendo o prêmio Nobel desse gênero.
As escritoras brasileiras Lygia Bojunga e Ana Maria Machado foram contempladas com o prêmio, em 1982 e 2000, respectivamente.
 
 
                                    


 

30 de março de 2013

Clarice Lispector, uma biografia

Recomendo aos fãs de Clarice Lispector o livro "Clarice, uma biografia", de Benjamin Moser, Editora Cosacnaify.
Li cada página devagar, saboreando o texto que é rico em fatos históricos e revelações surpreendentes.
 
É muito difícil definir com uma palavra a obra de Clarice Lispector, mas
como leitora que aos poucos  foi conhecendo o seu universo, arrisco-me
a defini-la como: puro êxtase da literatura.


Entrevista do autor Benjamin Moser ao "Prosa":
http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2009/11/14/benjamin-moser-fala-sobre-clarice-lispector-240928.asp

Para saber mais sobre a autora, recomendo o blog:
http://claricelispector.blogspot.com.br/search/label/Biografia


Sobre o conto "O ovo e a galinha", incluído no livro "A legião estrangeira", Clarice relatou: "Tem um conto meu que eu não compreendo muito bem (...) que é um mistério para mim".
Então, caro leitor, tente decifrar esse enigma ou apenas deixe-se levar por ele.

O ovo e a galinha

De manhã na cozinha sobre a mesa vejo o ovo.
Olho o ovo com um só olhar. Imediatamente percebo que não se pode estar vendo um ovo. Ver o ovo nunca se mantêm no presente: mal vejo um ovo e já se torna ter visto o ovo há três milênios. – No próprio instante de se ver o ovo ele é a lembrança de um ovo. – Só vê o ovo quem já o tiver visto. – Ao ver o ovo é tarde demais: ovo visto, ovo perdido. – Ver o ovo é a promessa de um dia chegar a ver o ovo. – Olhar curto e indivisível; se é que há pensamento; não há; há o ovo. – Olhar é o necessário instrumento que, depois de usado, jogarei fora. Ficarei com o ovo. – O ovo não tem um si-mesmo. Individualmente ele não existe.
Ver o ovo é impossível: o ovo é supervisível como há sons supersônicos. Ninguém é capaz de ver o ovo. O cão vê o ovo? Só as máquinas veem o ovo. O guindaste vê o ovo. – Quando eu era antiga um ovo pousou no meu ombro. – O amor pelo ovo também não se sente. O amor pelo ovo é supersensível. A gente não sabe que ama o ovo. – Quando eu era antiga fui depositária do ovo e caminhei de leve para não entornar o silêncio do ovo. Quando morri, tiraram de mim o ovo com cuidado. Ainda estava vivo. – Só quem visse o mundo veria o ovo. Como o mundo o ovo é óbvio.
O ovo não existe mais. Como a luz de uma estrela já morta, o ovo propriamente dito não existe mais. – Você é perfeito, ovo. Você é branco. – A você dedico o começo. A você dedico a primeira vez. [...]

Para ler o texto completo, acesse:
http://claricelispector.blogspot.com.br/2007/11/o-ovo-e-galinha.html