13 de agosto de 2023

Cinco coisas que um leitor ama!

Não é preciso pensar muito para classificar as cinco coisas que um leitor mais ama, não é mesmo? 


CINCOS COISAS QUE O LEITOR AMA:

1. LIVROS (resposta óbvia!😁)




2. LER MUITOS LIVROS (físico, e-book, audiolivro... o importante é leitura de qualidade. 😅)





3. CHEIRAS LIVROS NOVOS (melhor que cheirinho de café fresquinho e... vicia! 😊)






4. COMPRAR LIVROS (amamos promoções!!! 😍)






5. FALAR SOBRE LIVROS (confesso que somos um pouco chatos nisso, mas quem nunca?!! 😜)






Se você leitor tiver mais algumas além dessas, por favor, escreva nos comentários.
Vou amar saber!😉



9 de agosto de 2023

Literatura de Cordel

Em 1º de agosto foi celebrado o Dia do Poeta de Literatura de Cordel. Você conhecia essa data?

O que é um cordel?

Cordel é uma escrita de forma rimada, que parte de relatos orais e são impressas em folhetos que são expostos em cordéis.


Esse gênero se popularizou no nordeste do país e ganhou força a partir do século XIX - devido a sua simplicidade de se expressar com o povo através da linguagem divertida e descontraída.

Os versos do cordel geralmente são bem-humorados e podem narrar acontecimentos históricos, a realidade social da região ou do país, a política e os temas religiosos.
Outra característica da literatura de cordel são as gravuras em madeira ou xilogravuras que ilustram e dão as imagens e as cores aos poemas.

A xilogravura é uma técnica antiga chinesa: o artesão grava um desenho na madeira, depois passa um rolinho com tinta sobre a madeira entalhada e essa parte da madeira é colocada no papel (como um carimbo).



O poeta da roça - Patativa do Assaré

Sou fio das mata, cantô da mão grosa
Trabaio na roça, de inverno e de estio
A minha chupana é tapada de barro
Só fumo cigarro de paia de mio

Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestrê, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola
Cantando, pachola, à percura de amô

Não tenho sabença, pois nunca estudei
Apenas eu seio o meu nome assiná
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre
E o fio do pobre não pode estudá

Meu verso rastero, singelo e sem graça
Não entra na praça, no rico salão
Meu verso só entra no campo da roça e dos eito
E às vezes, recordando feliz mocidade
Canto uma sodade que mora em meu peito

 

*O poema em questão retrata o trabalhador da roça, o homem simples do campo. O autor, Antônio Gonçalves da Silva, ficou conhecido por Patativa do Assaré, nasceu no sertão do Ceará em 1909 e faleceu em 2002.

🌵🍂 


Ser nordestino - Bráulio Bessa

Sou o gibão do vaqueiro, sou cuscuz sou rapadura
Sou vida difícil e dura
Sou nordeste brasileiro
Sou cantador violeiro, sou alegria ao chover
Sou doutor sem saber ler, sou rico sem ser granfino
Quanto mais sou nordestino, mais tenho orgulho de ser
Da minha cabeça chata, do meu sotaque arrastado
Do nosso solo rachado, dessa gente maltratada
Quase sempre injustiçada, acostumada a sofrer
Mais mesmo nesse padecer eu sou feliz desde menino
Quanto mais sou nordestino, mais orgulho tenho de ser

Terra de cultura viva, Chico Anísio, Gonzagão de Renato Aragão
Ariano e Patativa. Gente boa, criativa
Isso só me dá prazer e hoje mais uma vez eu quero dizer
Muito obrigado ao destino, quanto mais sou nordestino
Mais tenho orgulho de ser.

 

*O poeta cearense Bráulio Bessa, nascido em 1985, popularizou-se usando vídeos na internet, assim conseguiu chegar a milhares de pessoas e ajudou a difundir a arte da literatura de cordel.  

 🌵🍁




21 de julho de 2023

Metapoema

Gastei uma hora pensando um verso

que a pena não quer escrever

no entanto ele está cá dentro 

inquieto, vivo

ele está cá dentro

e não quer sair

mas a poesia deste momento

inunda minha vida inteira.

(Carlos Drummond de Andrade)


Drummond nos presenteou com esse "metapoema", e o que seria isso? Metapoema é um poema que toma como tema a própria poesia. O autor reflete sobre o processo da criação poética ou do poema que ele mesmo escreve.

Quer outro exemplo? Que tal o "proema" de Paulo Leminsky:

Proema

Não há verso,

tudo é prosa,

passos de luz

num espelho,

verso, ilusão

de ótica,

verde,

o sinal vermelho.


Coisa 

feita de brisa, 

de mágoa

e de calmaria,

dentro, 

de tal poema, 

qual poesia

pousaria?

(Paulo Leminsky)


Um outro exemplo, agora do poeta Manoel Bandeira que em "Desencanto" tem o tema "o fazer poesia".  Veja que profundeza nesses versos...



Desencanto 

Eu faço versos como quem chora 

De desalento... de desencanto... 

Fecha o meu livro, se por agora 

Não tens motivo nenhum de pranto. 

Meu verso é sangue. 

Volúpia ardente... 

Tristeza esparsa... remorso vão...

 Dói-me nas veias. 

Amargo e quente, 

Cai, gota a gota, do coração. 

E nestes versos de angústia rouca

 Assim dos lábios a vida corre, 

Deixando um acre sabor na boca. 

— Eu faço versos como quem morre. 

(Manoel Bandeira)


Agora você que você já sabe o que é um metapoema, que tal se arriscar e criar o seu?




13 de julho de 2023

O que são "haicais"?

Haicais ou Haikus são poemas de origem japonesa, que apresentam, em sua forma, três versos curtos. Eles têm como características a exatidão e a objetividade, além de uma linguagem simples e sem rimas.

O haicai surgiu no século XVII e tem como "criador" desse estilo de poema, o poeta japonês Matsuo Bashô (1644-1694), considerado um mestre haicai.

A métrica ideal do haicai é composta de: 5 sílabas no primeiro verso, 7 no segundo e 5 no terceiro, mas essa exigência não precisa ser seguida à risca, obedecida a regra de não ultrapassar 17 sílabas, e também não muito menos que isso. A contagem das sílabas termina sempre na sílaba tônica da última palavra de cada verso.


O sol de inverno

A cavalo congela

A minha sombra.

(Matsuo Bashô)


No Brasil, foi o escritor Paulo Leminski que sintetizou o haicai como um "clique de palavras", influenciado pela filosofia zen. O haicai, dizia ele, valoriza o fragmentário, o insignificante e o casual, extraindo o máximo de significado do mínimo material.

Além de Leminski,  outros escritores da nossa literatura também se aventuraram nesse estilo de poema, vamos apreciar?


Confira

Tudo que respira

Conspira.

(Paulo Leminski)


💢

Meu cachorro velho

Ouvindo com interesse

O canto do verme.

(Décio Pignatari)


💢

Cerimônia do chá

Três convidados

E um mosquito.

(Alice Ruiz)


💢

Mar não tem desenho

O vento não deixa

O tamanho

(Guimarães Rosa)


💢

Copa de árvore

Cada folha cita outra

Outono apaga.

(Wladimir Fontes)




Fontes: 

www.educamaisbrasil.com.br

www.revistalingua.com.br