14 de março de 2013

14 de março - Dia da Poesia

A poesia é uma pulga

A poesia é uma pulga

coça, cola, me chateia,

entrou por dentro da meia,

saiu por fora da orelha,

faz zumbido de abelha,

mexe, mexe, não se cansa,

nas palavras se balança,

fala, fala, não se cala

a poesia é uma pulga,

de pular não tem receio,

adora pular na escola...

só na hora do recreio!

(Sylvia Orthof)
 
 

1 de março de 2013

A Casa Sonolenta

Era uma vez uma casa sonolenta, onde todos viviam dormindo...
Uma cama, uma avó, um menino, um cachorro, um gato, um rato... e uma pulga que estava acordada!? E o que aconteceu? Ah...

 
A Casa Sonolenta, é um exemplo de narrativa acumulativa, em que os elementos se repetem a cada passo da história. Os personagens se amontoam uns sobre os outros, até o desenlace do jogo narrativo. 
 
                              




A Casa Sonolenta
Autor: Audrey Wood.
Editora Ática

 

LIVRO: a troca

Lygia Bojunga
 
Pra mim, livro é vida; desde que eu era muito pequena
os livros me deram casa e comida.
Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo;
em pé, fazia parede; deitado, fazia degrau de escada;
inclinado, encostava num outro e fazia telhado.
E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá
dentro pra brincar de morar em livro.
De casa em casa eu fui descobrindo o mundo (de tanto
olhar pras paredes). Primeiro, olhando desenhos; depois,
decifrando palavras.
Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça.
Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto
mais íntima a gente ficava, menos eu ia me lembrando
de consertar o telhado ou de construir novas casas.
Só por causa de uma razão: o livro agora alimentava
a minha imaginação.
Todo o dia a minha imaginação comia, comia e comia;
e de barriga assim toda cheia, me levava pra morar no
mundo inteiro: iglu, cabana, palácio, arranha-céu,
era só escolher e pronto, o livro me dava.
Foi assim que, devagarinho, me habituei com essa troca
tão gostosa que - no meu jeito de ver as coisas -
é a troca da própria vida; quanto mais eu buscava no
livro, mais ele me dava.
Mas como a gente tem mania de sempre querer mais,
eu cismei um dia de alargar a troca: comecei a fabricar
tijolo pra - em algum lugar - uma criança juntar com
outros, e levantar a casa onde ela vai morar.

LIVRO: a troca, de Lygia Bojunga. In: Livro: um encontro. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2010. p.8-9.


 

11 de fevereiro de 2013

Clássicos

Por que alguns livros são denominados "clássicos"?
Segundo Ana Maria Machado, clássico é um livro eterno que nunca sai de moda.
O clássico é uma obra que marca, que fica em nossa lembrança. Ele ultrapassa as fronteiras de tempo, de espaço, de idade.
"Os clássicos são livros que exercem uma influência particular quando se impõem como inesquecíveis e também quando se ocultam nas dobras da memória, mimetizando-se como inconsciente coletivo ou individual", afirma Italo Calvino em seu livro "Por que ler os clássicos".
Um clássico pode parecer, à primeira vista, um livro difícil de ser lido, mas não tão difícil de ser "saboreado" aos poucos. Tentar lê-los já uma grande conquista.
Ninguém precisa ter um primeiro contato com um clássico original. Há boas adaptações disponíveis. O ideal é que seja uma adaptação bem feita e atraente.
Experimentar reler um clássico pode ser ainda melhor, ou seja, "um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer".
 
Alguns clássicos inesquecíveis:
Dom Quixote de La Mancha (Cervantes); Alice no País das Maravilhas (Lewis Carroll); O velho e o mar (Ernest Hemingway); Moby Dick (Herman Melville); Romeu e Julieta (Shakespeare); Odisseia (Homero); Dom Casmurro (Machado de Assis); Reinações de Narizinho (Monteiro Lobato); Grande Sertão Veredas (Guimarães Rosa), Os Contos de Fadas (Grimm, Andersen, Perrault); As lendas e contos das Mil e uma Noites, etc.

Para saber mais sobre os clássicos:
CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

MACHADO, Ana Maria. Como e por que ler os clássicos universais desde cedo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.



Ótima adaptação de Ferreira Gullar.