2 de abril de 2013

Dia Internacional do Livro Infantil

                                    
O Dia Internacional do Livro Infantil foi criado em homenagem ao escritor dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875). Por sua contribuição para a literatura infantil e juvenil, a data de seu aniversário, 2 de abril, foi escolhida para essa homenagem.
Apesar de ter escrito romances adultos, livros de poesia e relatos de viagens, foram os contos infantis que tornaram Andersen famoso. Até então, eram raros livros voltados especificamente para crianças.
Em suas histórias Andersen buscava sempre passar padrões de comportamento que deveriam ser adotados pela sociedade, mostrando inclusive os confrontos entre poderosos e desprotegidos, fortes e fracos. Ele buscava demonstrar que todos os homens deveriam ter direitos iguais.
As principais obras do escritor foram: "O patinho feio", "O soldadinho de chumbo", "A roupa nova do Imperador" e  "A pequena sereia".
Todos os anos a Internacional Board on Books for Young People, oferece o troféu “Hans Christian”, como sendo o prêmio Nobel desse gênero.
As escritoras brasileiras Lygia Bojunga e Ana Maria Machado foram contempladas com o prêmio, em 1982 e 2000, respectivamente.
 
 
                                    


 

30 de março de 2013

Clarice Lispector, uma biografia

Recomendo aos fãs de Clarice Lispector o livro "Clarice, uma biografia", de Benjamin Moser, Editora Cosacnaify.
Li cada página devagar, saboreando o texto que é rico em fatos históricos e revelações surpreendentes.
 
É muito difícil definir com uma palavra a obra de Clarice Lispector, mas
como leitora que aos poucos  foi conhecendo o seu universo, arrisco-me
a defini-la como: puro êxtase da literatura.


Entrevista do autor Benjamin Moser ao "Prosa":
http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2009/11/14/benjamin-moser-fala-sobre-clarice-lispector-240928.asp

Para saber mais sobre a autora, recomendo o blog:
http://claricelispector.blogspot.com.br/search/label/Biografia


Sobre o conto "O ovo e a galinha", incluído no livro "A legião estrangeira", Clarice relatou: "Tem um conto meu que eu não compreendo muito bem (...) que é um mistério para mim".
Então, caro leitor, tente decifrar esse enigma ou apenas deixe-se levar por ele.

O ovo e a galinha

De manhã na cozinha sobre a mesa vejo o ovo.
Olho o ovo com um só olhar. Imediatamente percebo que não se pode estar vendo um ovo. Ver o ovo nunca se mantêm no presente: mal vejo um ovo e já se torna ter visto o ovo há três milênios. – No próprio instante de se ver o ovo ele é a lembrança de um ovo. – Só vê o ovo quem já o tiver visto. – Ao ver o ovo é tarde demais: ovo visto, ovo perdido. – Ver o ovo é a promessa de um dia chegar a ver o ovo. – Olhar curto e indivisível; se é que há pensamento; não há; há o ovo. – Olhar é o necessário instrumento que, depois de usado, jogarei fora. Ficarei com o ovo. – O ovo não tem um si-mesmo. Individualmente ele não existe.
Ver o ovo é impossível: o ovo é supervisível como há sons supersônicos. Ninguém é capaz de ver o ovo. O cão vê o ovo? Só as máquinas veem o ovo. O guindaste vê o ovo. – Quando eu era antiga um ovo pousou no meu ombro. – O amor pelo ovo também não se sente. O amor pelo ovo é supersensível. A gente não sabe que ama o ovo. – Quando eu era antiga fui depositária do ovo e caminhei de leve para não entornar o silêncio do ovo. Quando morri, tiraram de mim o ovo com cuidado. Ainda estava vivo. – Só quem visse o mundo veria o ovo. Como o mundo o ovo é óbvio.
O ovo não existe mais. Como a luz de uma estrela já morta, o ovo propriamente dito não existe mais. – Você é perfeito, ovo. Você é branco. – A você dedico o começo. A você dedico a primeira vez. [...]

Para ler o texto completo, acesse:
http://claricelispector.blogspot.com.br/2007/11/o-ovo-e-galinha.html


29 de março de 2013

Ruth Rocha e a história de um coelhinho que não era de Páscoa...

Com a  proximidade da Páscoa,  lembrei de um livro muito bacana da autora Ruth Rocha: O coelhinho que não era de Páscoa. A história é sobre um coelho  chamado Vivinho...
Vivinho é um coelho que tem muitos irmãos (claro!) e uma família feliz. E o que ele vai ser quando crescer? Coelho de Páscoa, só pode ser! Mas Vivinho quer outra profissão... O que será que a família dele vai pensar sobre essa decisão? 



O coelhinho que não era de Páscoa
Série: Vou Te Contar!
Editora: Salamanddra
Ilustração: Elisabeth Teixeira
Indicação: A partir de 6 anos
 
 
Um pouco sobre a autora Ruth Rocha
 
Ruth Rocha é uma das autoras mais conhecidas de literatura infantil.
Ela nasceu em 1931 em São Paulo Foi orientadora educacional e editora. Começou a escrever artigos sobre educação para a revista Cláudia, em 1967. Em 1969 começou a escrever histórias infantis para a revista Recreio. Em 1976 teve seu primeiro livro editado - Palavras Muitas Palavras. A este livro seguiram-se mais de 130 publicações, traduzidas para 25 línguas, algumas lançadas no Parlamento Brasileiro e na sede da ONU, em Nova York. Sua obra mais famosa é "Marcelo, Marmelo, Martelo" que vendeu mais de um milhão de livros. Amplamente premiada e homenageada, foi distinguida com uma condecoração, a Comenda da Ordem do Mérito Cultural, em 1998.


Para saber mais sobre Ruth Rocha e seus livros, acesse:
http://www2.uol.com.br/ruthrocha/historias_05.htm

 

26 de março de 2013

Toda Poesia

 
Foi lançado neste ano o livro "Toda Poesia", que reúne toda a poesia já publicada do autor curitibano Paulo Leminski (1944/1989).
Segundo a lista dos mais vendidos da Livraria da Cultura, a obra "Toda Poesia" ultrapassou as vendas de "Cinquenta Tons de Cinza", de E L James.
 
Eu gosto muito da poesia de vangarda. Ela nasceu da década de 70 - poesia social -  que durante a ditadura militar driblava a censura com uma linguagem indireta e metafórica.
A divulgação da chamada "poesia marginal" era através de folhetos mimeografados, pôsteres, cartazes, caixas de poemas e antologias impressas em pequenas gráficas.
As produções desse período contou com tendências variadas: modernistas de 22 (Bandeira e Oswald, principalmente),  Drummond, Cabral e os poetas ligados ao Concretismo.
 
 "Toda Poesia" é um passeio à sensibilidade e a aventura.
Quem se arrisca?

 
 desencontrários
 
    Mandei a palavra rimar,
ela não me obedeceu.
    Falou em mar, em céu, em rosa,
em grego, em silêncio, em prosa.
    Parecia fora de si,
a sílaba silenciosa.
 
     Mandei a frase sonhar,
e ela se foi num labirinto.
    Fazer poesia, eu sinto, apenas isso.
Dar ordens a um exército,
    para conquistar um império extinto.

 
  Abrindo um antigo caderno
                          foi que eu descobri
                                                antigamente eu era eterno

 
LEMINSKI, Paulo. Toda Poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.