16 de janeiro de 2016

Perrault - contos e encantos

Em 12 de janeiro de 1628, na França, nascia o escritor e advogado Charles Perrault. Ele estabeleceu as bases para um novo gênero literário - o conto de fadas. 
Perrault ao registrar em livro os contos de sua infância, produziu uma obra de apelo popular inédito. As histórias antes tidas como vulgares, foram inseridas em um nova cultura literária com a intenção de educar as crianças.
"As Histórias ou Contos do tempo passado, com moralidades", foram publicadas em 1697, que receberia mais adiante o título de "Contos da Mamãe Gansa".
O que torna os contos de  Perrault únicos,  o que agrada tanto crianças como adultos, são seu estilo de narrar misturando conflitos familiares, fantasia com apartes maliciosos e comentários sofisticados.
Entre os contos de fadas mais famosos desse autor, destacam-se: Cinderela, O gato de Botas, O Pequeno Polegar, Chapeuzinho Vermelho e Barba Azul.
 
 
Fonte de pesquisa:
Wikipédia
Contos de Fadas, de Perrault, Grimm, Andersen e outros. Apresentação de Ana Maria Machado. Editora Zahar.

3 de janeiro de 2016

FELIZ ANO NOVO!

Aos queridos leitores, um 2016 recheado de boas leituras e um olhar atento às novas tecnologias. Estima-se que as pessoas estão lendo mais em seus computadores, tablets, smartphones, mas nada irá (tenho fé!) substituir o prazer de folhear um livro. Dei-me conta disso, ao visitar a última Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, ano passado. Fiquei encantada ao ver tantos  jovens leitores e suas mais diversificadas leituras. Sobre isso, escreverei mais adiante e com depoimentos dessa garotada. Ainda há esperança...
Agora quero deixar registrado aqui meu pedido especial de ano novo: muitos eventos literários, muitas oportunidades de boas leituras aos pequenos, jovens e adultos, mais bibliotecas itinerantes e um incentivo maior por parte dos educadores à  leitura e, em especial, à literatura infantojuvenil.  
Um povo leitor não se deixa manipular. Como disse Monteiro Lobato: "um país se faz com homens e livros." Pensemos nisso e brindemos o novo ano inspirados na receita do meu querido poeta Drummond.


RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções

para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.


(Carlos Drummond de Andrade)


27 de junho de 2015

150 anos de Alice no País das Maravilhas

“- Quem é você?
- Eu... eu... nem eu mesma sei, senhora, nesse momento... eu... enfim, sei quem eu era, quando me levantei hoje de manhã, mas acho que já me transformei várias vezes desde então.” 
 
 
Em 4 de julho de 1862, num passeio de barco pelo rio Tâmisa, as irmãs Alice, Lorina e Edith Liddell  passeavam nos arredores da cidade inglesa de Oxford. Elas se divertiam com o mundo maravilhoso inventado pelo reverendo Charles Lutwidge Dodgson, amigo da família, para entretê-las. Alice, com dez anos, insistiu com o autor para que pusesse tudo no papel “para ela”. 
Após três anos, em julho de 1865, nasceria “Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carroll, pseudônimo de Dodgson, um dos maiores sucessos da literatura universal.
 
  
"Alice no País das Maravilhas não é propriamente um conto de fadas, os quais têm origem na tradição oral e, geralmente, carregam um conteúdo moral. Tampouco é uma obra surrealista, pois o absurdo lida com valores humanos. O livro de Carroll se situa no campo da lógica. Mas o problema lógico do raciocínio em Carroll muitas vezes se subordina ao problema semântico. Carroll questionava poeticamente, por meio do nonsense, os jogos de palavra e sentido, assim como os paradoxos."
(Julia T. Martins, doutoranda em Literatura e Cultura pela Puc/Rio)
 
 
 
 
Recentemente, na 17ª edição do Salão do Livro Infantil e Juvenil, que aconteceu no Centro de Convenções  SulAmérica,  Rio de Janeiro, foi homenageado os 150 anos da obra de Carroll com a  mostra  "Alice" que contou com diversas edições de livros nacionais e estrangeiros. 
 
Resultado de imagem para 150 anos de alice no pais das maravilhas na fundação livro
  
Para saber um pouco mais um pouco, acesse:
 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lewis_Carroll



 

 

25 de junho de 2015

Um poema de Manuel Bandeira que nos convida a refletir

Profundamente

Quando ontem adormeci 
Na noite de São João               
Havia alegria e rumor               
Vozes, cantigas e risos 
Ao pé das fogueiras acesas. 
No meio da noite despertei 
Não ouvi mais vozes nem risos 
Apenas balões          
Passavam, errantes 
Silenciosamente 
Apenas de vez em quando             
O ruído de um bonde               
Cortava o silêncio               
Como um túnel.               
Onde estavam os que há pouco               
Dançavam               
Cantavam               
E riam               
Ao pé das fogueiras acesas?

— Estavam todos dormindo               
Estavam todos deitados               
Dormindo 
Profundamente.
*
Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci

Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totônio Rodrigues
Tomásia
Rosa
Onde estão todos eles?
— Estão todos dormindo
Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente.


(Manuel Bandeira)