Não é preciso pensar muito para classificar as cinco coisas que um leitor mais ama, não é mesmo?
CINCOS COISAS QUE O LEITOR AMA:
1. LIVROS (resposta óbvia!😁)
Um blog para os que amam ler, não só a leitura literária, mas todas as formas de ler o mundo.
Não é preciso pensar muito para classificar as cinco coisas que um leitor mais ama, não é mesmo?
CINCOS COISAS QUE O LEITOR AMA:
1. LIVROS (resposta óbvia!😁)
Em 1º de agosto foi celebrado o Dia do Poeta de Literatura de Cordel. Você conhecia essa data?
O que é um cordel?
Cordel é uma escrita de forma rimada, que parte de relatos orais e são impressas em folhetos que são expostos em cordéis.
O poeta da roça - Patativa do Assaré
*O poema em questão retrata o trabalhador da roça, o
homem simples do campo. O autor, Antônio Gonçalves da Silva, ficou
conhecido por Patativa do Assaré, nasceu no sertão do Ceará em 1909 e faleceu em 2002.
Ser nordestino - Bráulio Bessa
*O poeta cearense Bráulio Bessa, nascido em 1985, popularizou-se usando vídeos na internet, assim conseguiu chegar a milhares de pessoas e ajudou a difundir a arte da literatura de cordel.
Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever
no entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo
ele está cá dentro
e não quer sair
mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
(Carlos Drummond de Andrade)
Drummond nos presenteou com esse "metapoema", e o que seria isso? Metapoema é um poema que toma como tema a própria poesia. O autor reflete sobre o processo da criação poética ou do poema que ele mesmo escreve.
Quer outro exemplo? Que tal o "proema" de Paulo Leminsky:
Proema
Não há verso,
tudo é prosa,
passos de luz
num espelho,
verso, ilusão
de ótica,
verde,
o sinal vermelho.
Coisa
feita de brisa,
de mágoa
e de calmaria,
dentro,
de tal poema,
qual poesia
pousaria?
(Paulo Leminsky)
Um outro exemplo, agora do poeta Manoel Bandeira que em "Desencanto" tem o tema "o fazer poesia". Veja que profundeza nesses versos...
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue.
Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias.
Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
— Eu faço versos como quem morre.
(Manoel Bandeira)
Agora você que você já sabe o que é um metapoema, que tal se arriscar e criar o seu?
Haicais ou Haikus são poemas de origem japonesa, que apresentam, em sua forma, três versos curtos. Eles têm como características a exatidão e a objetividade, além de uma linguagem simples e sem rimas.
O haicai surgiu no século XVII e tem como "criador" desse estilo de poema, o poeta japonês Matsuo Bashô (1644-1694), considerado um mestre haicai.
A métrica ideal do haicai é composta de: 5 sílabas no primeiro verso, 7 no segundo e 5 no terceiro, mas essa exigência não precisa ser seguida à risca, obedecida a regra de não ultrapassar 17 sílabas, e também não muito menos que isso. A contagem das sílabas termina sempre na sílaba tônica da última palavra de cada verso.
O sol de inverno
A cavalo congela
A minha sombra.
(Matsuo Bashô)
No Brasil, foi o escritor Paulo Leminski que sintetizou o haicai como um "clique de palavras", influenciado pela filosofia zen. O haicai, dizia ele, valoriza o fragmentário, o insignificante e o casual, extraindo o máximo de significado do mínimo material.
Além de Leminski, outros escritores da nossa literatura também se aventuraram nesse estilo de poema, vamos apreciar?
Confira
Tudo que respira
Conspira.
(Paulo Leminski)
💢
Meu cachorro velho
Ouvindo com interesse
O canto do verme.
(Décio Pignatari)
💢
Cerimônia do chá
Três convidados
E um mosquito.
(Alice Ruiz)
💢
Mar não tem desenho
O vento não deixa
O tamanho
(Guimarães Rosa)
💢
Copa de árvore
Cada folha cita outra
Outono apaga.
(Wladimir Fontes)
Fontes: